De 15 de março a 21 de novembro Projeção era de 849.888 mortos houve 200.270 além do esperado Números são de estudo do Conass
Pesquisadores consultados pelo Conass (Conselho Nacional de Secretários de Saúde) estimaram, com base em estatísticas de anos anteriores, que de março a novembro o país teria 849.888 mortes em um cenário sem pandemia. O número de óbitos registrados no ano passado foi 24% maior.
Foi considerado o período de 15 de março –semana em que a 1ª morte por coronavírus foi registrada no Brasil– a 21 de novembro, último dado disponível. Neste período, os cartórios registram 1.036.940 mortes.
O levantamento estimou a quantidade de mortes esperadas em 2020 usando os registros do SUS de 2015 a 2019. Como os dados de cartório são historicamente subnotificados em relação aos do SUS, foram aplicadas correções estatísticas para possibilitar a comparação das informações.
Segundo o Conass, de 15 de março a 21 de novembro, o Brasil teve 200.270 mortes a mais que o previsto. Na pior semana até agora (10 a 16 de maio), o Brasil registrou 40% de mortes a mais que as esperadas. Eis o painel com todos os dados.
Sinais de Subnotificação
O Ministério da Saúde identificou, até 21 de novembro, 168.989 mortes por coronavírus. Os 31.281 registros extras podem incluir mortes pela doença que ainda não haviam sido (e poderão nunca ser) identificadas corretamente.
Maranhão & Amazonas
Foram os Estados com alta superior a 50%. As projeções do Conass indicavam que, de março a novembro, o Maranhão teria 22.334 mortes e o Amazonas, 11.052. Tiveram 34.172 e 16.837, respectivamente.
Metodologia
As informações de cartório não batem exatamente com as do Ministério da Saúde. Há uma variedade de motivos para isso, que vão de prazos legais diferentes, classificação falha e desorganização (tanto nos cartórios quanto no sistema público de saúde). As duas fontes de informação são válidas, mas precisam ser usadas com cuidado.
No levantamento acima, os pesquisadores fizeram correções estatísticas e descartaram as informações de cartório mais recentes porque sabem que esses dados ainda seriam atualizados. Mesmo usando os óbitos com datas registradas até 21 de novembro, os pesquisadores estimam que registros póstumos ainda devem aumentar.
Fonte: Poder 360