Mês da Consciência Negra: Arpen/RS entrevista presidente da Comissão de Igualdade Racial da OAB/RS

Em entrevista à Associação dos Registradores de Pessoas Naturais do Rio Grande do Sul (Arpen/RS), a presidente da Comissão de Igualdade Racial da OAB/RS, Letícia Marques Padilha, falou sobre as ações que podem ser promovidas para proporcionar uma maior aproximação entre a comunidade negra e o cartório, em alusão ao mês da Consciência Negra.

“As ações promovidas pelas Comissão da Igualdade Racial da OAB/RS são no sentido de auxiliar não somente os advogados, mas toda a sociedade, em especial a população negra, através de projetos, da presença em instituições públicas e privadas, de atividades junto às comunidades e de parcerias com entidades do movimento negro”, destaca Letícia.

Confira a íntegra da entrevista:

Arpen/RS – Que iniciativas podem ser promovidas para proporcionar uma maior aproximação entre a comunidade negra e o cartório?

Letícia Marques Padilha – Creio que através de palestras no sentido de propagar a informação. Visto que inúmeras vezes as pessoas deixam de dar andamento nos atos de registro, por mera justificativa de que é “caro” demais, sem sequer se informar diretamente com o cartório para verificar o valor. Também é de suma importância dialogar com a sociedade demonstrando os benefícios de ter tudo regularizado para evitar futuros problemas.

Arpen/RS – Quais ações promovidas pela Comissão de Igualdade Racial da OAB/RS destacaria na busca pela igualdade racial?

Letícia Marques Padilha – As ações promovidas pelas Comissão da Igualdade Racial da OAB/RS são no sentido de auxiliar não somente os advogados, mas toda a sociedade, em especial a população negra, através de projetos, da presença em instituições públicas e privadas, de atividades junto às comunidades e de parcerias com entidades do movimento negro. Nossos objetivos são lutar contra o racismo estrutural e institucional, denunciar os casos de racismo, apoiar as vítimas e não nos calar diante das injustiças.

Arpen/RS – Como analisa o avanço da tecnologia e a prática de atos eletrônicos pelos cartórios de registro civil?

Letícia Marques Padilha – Cabe ressaltar que são necessários os avanços promovidos, contudo, este contempla uma parcela da sociedade, visto que os cidadãos mais humildes desconhecem o procedimento. Inclusive, muitos colegas advogados deixam de atuar extrajudicialmente por desconhecerem as ferramentas existentes. É importante o avanço desde que se busque meios para promover a informação de como utilizar o sistema ou até mesmo um sistema mais facilitado.

Arpen/RS – Qual a importância da prestação dos serviços dos cartórios de registro civil para a população?

Letícia Marques Padilha – Os cartórios de registro civil têm importância para a população a partir do momento em que asseguram o fornecimento de informações, uma vez que atestam fé pública nos atos publicizados, ou seja, dão uma garantia mínima acerca da legalidade da certidão. Todavia, estamos passando por uma transformação tecnológica imensurável que acaba sendo alvo de pessoas mal intencionadas que podem, inclusive, aproveitar lacunas e, o desconhecimento da população, acerca da utilização das ferramentas, de modo que pode ainda ser vista como instável.

Fonte: Assessoria de Comunicação – Arpen/RS