Até esta segunda-feira (29), município contabiliza 704 vidas perdidas para infecção
A aceleração das mortes por coronavírus ao longo de março tem números impactantes. Ao romper a marca de 700 vidas perdidas desde 3 de maio de 2020, quando foi confirmada a primeira morte de um caxiense que sequer estava no município, nada é comparável ao terceiro período de 2021. Um quadro que ainda irá se refletir em abril, tendo em vista a lotação dos hospitais e o crescimento diário de casos ativos. Por enquanto, é possível compreender o cenário e como ele chegou a esse ponto.
Até segunda-feira (29), quando a cidade contabilizava 704 óbitos, a velocidade de expansão de novas vítimas era seis vezes maior no comparativo com fevereiro. O salto foi de 45 para 259 pessoas que perderam a vida. Em suma, a média saiu de três registros a cada dois dias, para 18 no mesmo período. Uma alta que se reflete na lotação dos leitos de UTI e na fila de espera por tratamento de maior complexidade.
As férias de verão trouxeram a falsa sensação de que o pior havia passado principalmente porque a explosão de casos e mortes pelos eventos de Natal e Ano-Novo não se consolidou na prática. Soma-se a isso o início da vacinação, mesmo que a conta-gotas, o que gerou esperança de que, em algum momento, se voltaria à vida normal. Ao contrário, uma nova variante chegou, causando impactos fortíssimos para explicar o atual contexto da pandemia.
A virada na curva de mortes começa dia 7 de março, quando eram contabilizadas 475 vítimas. Nessa data, a região estava na segunda semana de bandeira preta e o salto no índice de óbitos era esperado, uma vez que os hospitais trabalhavam acima da lotação nas UTIs. Nesse período, a Secretária Estadual da Saúde (SES) lançava o último plano de contingência, que consistia em transformar quase todas as estruturas hospitalares em alas covid. Assim, a curva inclinou.
No dia 8, a Secretaria Municial da Saúde (SMS) de Caxias comunicava 500 vidas perdidas. No dia 18, eram 600. No dia 29, 700. Há mais de uma semana registrando uma média de 10 mortes diárias, a cidade até pode estar em um platô, mas com números altos e que ainda irão custar muitas vidas.
Número nas Alturas
Os números em cartórios de registro civil também são altíssimos. Até segunda haviam sido registrados 510 óbitos na cidade, quase o dobro da média dos últimos cinco anos (265 para o período). Os dados, no entanto, não representam a totalidade mensal, já que há uma demora de 10 a 15 dias para que entrem no sistema nacional.
Na média anual, Caxias encerrou 2020 com 3.683 registros de óbitos em cartórios. Esse ano, são 1.168. Não é apenas a covid que está ocasionando mortes. Mas, neste momento, é a doença que mais tira vidas na cidade. Para que a curva, enfim, arrefeça, é necessário mais do que nunca que a população use máscaras e evite aglomerações.
Fonte: GZH