Março se consolidou como o mês mais letal da pandemia no Rio Grande do Sul. De acordo com o Portal da Transparência do Registro Civil, dos 15.836 registros de óbitos emitidos pelos cartórios gaúchos até esta terça-feira (13), 8.281 tiveram a Covid-19 como causa da morte.
Isto significa que mais da metade das mortes ocorridas no mês passado (52,3%) foi causada pelo coronavírus.
“Março representou o mês com mais vidas gaúchas perdidas para a Covid-19, aumento que pode ser observado diretamente nos cartórios de registro civil. Desde o início da pandemia, o Portal da Transparência do Registro Civil divulga os dados de óbitos por Covid-19 de forma transparente, para que os órgãos competentes possam tomar as medidas necessárias”, observa o presidente da Associação Nacional dos Registradores de Pessoas Naturais do RS, Sidnei Hofer Birmann.
Os números são abastecidos em tempo real pelos cartórios de Registro Civil do país, administrados pela Arpen, e cruzados com os dados históricos do estudo Estatísticas do Registro Civil, promovido pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). No estado, a entidade representa 414 cartórios.
As estatísticas mostram ainda que a Covid-19 representava, em julho de 2020, 14,97% dos óbitos por causas naturais no estado. Em dezembro, subiu para 22,89% e, em fevereiro, a 24,31% — metade do que foi verificado no mês seguinte.
No Brasil, conforme a Arpen, houve um total de 75.780 óbitos por coronavírus ocorridos no mês de março registrados até esta segunda-feira (12), cerca de 44,2% dos 171.211 óbitos por causas naturais até esta data.
Mais mortes do que nascimentos
O mês de março de 2021 também já havia registrado, pela primeira vez na história recente do estado, mais pessoas morrendo do que nascendo em um determinado mês. Foram registradas 11.999 crianças recém-nascidas e 15.836 falecimentos no mês passado.
A diferença entre nascimentos e óbitos, que sempre esteve em média na casa dos 4 mil nascimentos a mais, mudou drasticamente e registrou 3,8 mil mortes a mais.
A queda acontece mesmo em meio a um mês com aumento de 14,2% nos registros de nascimentos em relação a fevereiro. O que reforça a interpretação de que, apesar de a pandemia ter feito com que muitas mulheres decidissem não engravidar em um período de crise, o aumento vertiginoso no número total de óbitos provocou este fenômeno.
O RS, segundo a Arpen, é o único estado do país a registrar esta diferença no mês de março.
No Brasil, a média que sempre esteve na casa dos 137 mil nascimentos a mais do que a quantidade de óbitos mensais caiu para 47,9 mil nascimentos, quase 90 mil a menos do que a média histórica.
Os números ainda podem variar, já que os prazos para registros preveem um intervalo de até 15 dias entre o falecimento e o lançamento do registro no Portal da Transparência. Além disso, alguns estados brasileiros expandiram o prazo legal para comunicação de registros em razão da situação de emergência causada pela pandemia.
Os nascimentos também possuem prazo legal de até 15 dias para registrar o recém-nascido.
Fonte: G1RS