Nunca se morreu tanto e se nasceu tão pouco em um primeiro semestre como em 2021. A diferença entre nascimentos e óbitos, que sempre esteve na média de 901.594 nascimentos a mais, caiu para apenas 368.860 em 2021, uma redução de 59,1% na variação em relação à média histórica. Em relação a 2019, antes da pandemia, a queda foi de 55,2%.
Os dados foram divulgados pela Arpen-Brasil (Associação Nacional dos Registradores de Pessoas Naturais), que utilizou sua própria base de números do Portal da Transparência do Registro Civil e também informações do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
A aproximação entre o número de nascimentos e o de óbitos é resultado do maior registro de óbitos da série histórica – desde 2003 – em um primeiro semestre versus o menor número de nascimentos no mesmo período.
Foram 956.534 óbitos até o final do mês de junho. O número, que já é o maior da história em um primeiro semestre, é 67,7% maior que a média histórica de óbitos no país, e 37,3% maior que os ocorridos no ano passado, com a pandemia instalada em março. Já com relação a 2019, ano anterior à chegada da pandemia, o aumento no número de mortes foi de 52,8%.
Com relação aos nascimentos, o Brasil registrou o menor número de nascidos vivos em um primeiro semestre desde o início da série histórica em 2003. Até o final do mês de junho foram registrados 1.325.394 nascimentos, número 10% menor que a média de nascidos no país desde 2003. Com relação à 2019, ano anterior à chegada da pandemia, o número de nascimentos caiu 8,6% no Brasil.
Gustavo Renato Fiscarelli, presidente da Arpen-Brasil, opina que “os números mostram claramente os impactos da doença em nossa sociedade”. Ele defende que gestores públicos possam planejar políticas sociais com base nos dados compilados pelos cartórios.
Fonte: Correio do Povo